SESIMBRA

Este ano, as férias voltam a ser lá, um mês inteirinho em que fazemos a mala e só regressamos no fim de Agosto. E este ano, como em todos, estou cheia de saudades de estar com as pessoas com quem estou apenas nessa altura. Acho que esta magia se mantém exactamente por isso, porque nos reservamos apenas este mês...

Somos muitos lá na casa de Sesimbra... e desfrutamos o melhor possível uns dos outros...

Depois há as pessoas da praia, as que vemos sazonalmente e que parece que só podiam ser aquelas pessoas a passar o Verão connosco...

A tia Odete, a sua mónica e o David (será que ainda ainda namoram?) a Vina com as suas geleiras onde cabe tudo o que as crianças querem na praia e que mães mais incautas se esquecem sempre, o discreto Domingos, com o seu cabelo à Zé milho quando está vento de nortada, o Marco e a Rita (ele sempre aflito das costas e ela uma verdadeira fada do lar agarrada ao ponto-de-cruz), o homem gordo (que tem um umbigo que faz lembrar um botão... juro) o Carlos Dentista que entretanto tirou o bigode e que anda sempre a dizer que é médico dentista, a Regina com as suas colecções de acessórios (relógios, pulseiras e anés, unhas de gel e brincos que faz questão de usar na praia), os manos Miguel e Rita e os maravilhosos pais, o Outro David que todos os anos nos surpreende com uma namorada nova, a tia Bibina e as suas inconveniências, as graças da Alice, as loucuras da Guida, os sobrinhos adolescentes que acham que a titi é um deles e que podemos todos ir pôr piercings no umbigo e assim... e tanta, tanta coisa...

Temos sempre muito que contar, conversas de um mês inteiro, todos os dias até o sol começar a desaparecer no horizonte...

E depois há mais... os pequenos almoços, a confusão dos protectores nos miúdos, os serões onde os lugares no sofá são sempre poucos, a noite da Bolina, a noite da tenda marroquina e dos cachimbos, os meus anos, os anos do Pedro, as caipirinhas que o Quim faz (ninguém faz caipirinhas tão boas como ele) o calor à noite na cama, o barulho das ondas ao adormecer, o barulho das pessoas na praia ao acordar, ficar no terraço à noite a ver as pessoas que passam na rua, olhar para a praia iluminada à noite, levar as bicicletas e os miúdos lá para baixo quando a GNR fecha a rua às 22H00. Ir dar uma volta sempre às mesmas lojas e encontrar sempre novidades que não tínhamos visto no dia anterior.

E ficar na praia... que sentimos como nossa, a nossa praia onde somos muitos e sempre os mesmos, todos os anos!