terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

NO DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA...



Era assim que me apresentava... com este belo vestido, Grife, por sinal, num verde água muito suave, o chinelo... bem, para o chinelo então, não há palavras...

Apesar das dores, do desconforto, do peso, de ter o rabo de fora, sem que isso fosse minimamente sexy, de querer muito que aquilo acabasse depressa, sentia-me a mulher mais feliz do mundo, uma previligiada, estava prestes a deixar de ser só filha, a alcançar o mais alto cargo que uma mulher pode alcançar... o facto de ser demorado, se por um lado foi um tormento, por outro contribuiu para que tudo ficasse bem gravado no ficheiro da memória...

A curiosidade, a alegria de o ver, o cessar das dores, a entrada directa no céu... e pensar: é meu, é de mim, é isso... é um bocadinho de mim, que cresceu em mim e saiu de mim, que vou ensinar e ajudar a voar sozinho...

E foi aí que começou também a minha angústia... serei capaz? terei capacidade? e se faço asneira? e se lhe acontece alguma coisa? e se o perco?

A experiência, devo confessar, apesar de francamente positiva, não deixa de ter algo de perverso, comecei a perceber finalmente o que a minha mãe queria dizer quando me dizia: "N, o nascimento de um filho muda para sempre uma pessoa... nada mais vai ser como antes...", pois não mamã, não foi, agora sei que não ... finalmente compreendi!

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